quinta-feira, abril 17, 2008

Na medida do possível


Na medida do possível vou vivendo, e tento não pensar muito.
Desisti de fugir e fingir, já que até agora não deu certo.
O gostar é algo tão infundável, para mim pelo menos, não tem uma explicação, é o gostar pelo simples fato de gostar, sem amarras, prazos, paredes, sem tempo, sem outros (parecia impossível... mas é incrível como outros se tornam transparentes) e sem mais porquês.

O gostar deveria ter sido explicado para mim, assim que eu ganhei a minha primeira boneca, aquelas que a gente ganha pra brincar de casinha, sabe? Eu acho que a minha boneca deveria ter sido acompanhada com uma conversa séria, transcrita em um manual. Os adultos deveriam explicar que as: barbie’s, suzy’s, bob’s ou falcon's, da caixinha de presente não existem, deveriam explicar que o sorriso de “spray Karina” estampado na cara não funciona na vida real... Deveriam explicar que quando a gente conhece alguém, não dá pra medir o gostar pelo quando ele é querido, por quantos sim ou não ele vai me dizer, por quantas teorias ele defende, quantos amigos ele tem ou quantos filhos ele quer ter.... o gostar vai além de números ou sorrisos.

Ao contrário de tudo o que eu um dia imaginei pra minha primeira boneca nas minhas brincadeiras de casinha, o meu gostar vem de algo inimaginável (pelo menos pra mim)...

O meu gostar vem em um grito silencioso;
Vem do dia a dia sem sorrisos “spray Karina”;
Vem do seu cheiro que me perturba e me acalma, quase que na mesma proporção;
Vem da sua alma que é espelho da minha;
Vem do meu anseio em te ter na medida do possível...


by Grazi Poli

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